Africa Basquetebol

05 junho 2015

MOÇAMBIQUE : ECO DAS ELIMINATÓRIAS PARA O AFROBÁSKET SUB-16: Derrotas no arranque determinaram o insucesso

O TREINADOR e os jogadores apontam o mau começo com derrotas diante da Zâmbia (a mais inesperada) e frente à África do Sul como razões que determinaram o não apuramento do nosso país para o Afrobasket nas eliminatórias da Zona VI que tiveram lugar em Gaberone, capital do Botswana.
Para o seleccionador nacional, Simão Mataveia, a equipa cresceu com a competição. Esteve bem em Gaberone, mas teve várias adversidades que determinaram o falhanço da qualificação. Já os jogadores apontam a falta de adaptação como o móbil das derrotas na entrada, o que frustrou o sonho do Mali-2015. Queixam-se, por outro lado, de terem jogado com alguns adversários com idades adulteradas. De uma forma geral, os nossos interlocutores dizem que o dever foi cumprido, mas a missão não!
 MELHORÁMOS COM A COMPETIÇÃO -SIMÃO MATAVEIA, SELECCIONADOR NACIONAL
“Penso que depois de um mau começo a equipa foi melhorando, crescendo com a competição. Acredito que se tivéssemos mais dois ou três jogos a nossa classificação podia ser de longe melhor que esta. Infelizmente, a nossa classificação é esta, falhámos o principal objectivo, mas temos de parabenizar os jogadores que souberam estar em campo, lutaram, deram tudo de si perante alguns adversários com atletas fora da idade. Tenho de enaltecer o esforço deles, até porque terminámos bem de certa forma com uma vitória sobre a forte equipa do Zimbabwe, com jogadores que têm uma boa compleição física.
Isso é de salutar para jogadores com a idade deles. Deixa-nos satisfeitos até porque temos a consciência de que trouxemos jogadores de 16 anos e, para a idade deles, o que fizeram é muito, pois lutaram com atletas mais velhos. Não estamos a justificar o facto de não nos termos qualificado, mas na minha opinião penso que não foi um fracasso esta campanha. Os jogadores evoluíram muito, há dois meses atrás grande parte dos atletas que temos na Selecção não tinham a produção que têm hoje, não jogavam desta forma. Foi bom terem vindo para aqui, pois aprenderam mais. O balanço na minha opinião é positivo, embora não tenhamos conseguido a qualificação.
Doravante, cabe a Federação decidir se merecemos continuar à frente da equipa, o que seria muito bom, pois temos a certeza que durante este tempo que estamos com a Selecção fizemos um bom trabalho. Com mais tempo de trabalho a Selecção poderá ter melhores resultados e melhorar a sua qualidade. Estamos disponíveis para dar mais fundamentos de basquetebol e potenciarmos cada vez mais estes jogadores. Nestes escalões é muito importante que os jogadores sejam potenciados e eles estão a aplicar-se muito bem nos treinos, por isso estamos satisfeitos com a resposta deles”.
DEMOS TUDO QUE TÍNHAMOS - WILLIAM DE BRITO
“Faço uma avaliação muito boa desta competição. A equipa esteve muito bem e demos o nosso melhor, pena tenha falhado a qualificação que era o objectivo principal. Tivemos duas derrotas logo nos primeiros jogos, mas com a competição melhorámos e conseguimos duas vitórias”, disse William de Brito, para depois acrescentar que “na Selecção apanhei tudo diferente, não contava aprender o que aprendi. Infelizmente, tivemos adversários maiores de idade, o que impediu o nosso apuramento para Mali”.
ENTRÁMOS MAL - WILSON DE CASTRO
“Foi uma boa competição. Entrámos mal com duas derrotas, mas depois começámos a ter sucesso, vencendo o Botswana e o Zimbabwe. Durante este tempo que estou na Selecção Nacional aprendi muita coisa nova, uma delas é conviver com as pessoas e ter melhores fundamentos de basquetebol. Foi para mim uma boa experiência, até porque esta é a minha primeira competição internacional. Faltou apenas o apuramento para o Afrobasket do Mali”, afirmou Wilson de Castro.
NERVOSOS E ANSIOSOS  NOS PRIMEIROS JOGOS - SELTON FUEL
“Lutámos muito, pena que não tenhamos conseguido o que queríamos. Foi um bom campeonato, no qual tivemos muitos detalhes novos à volta de basquetebol. As derrotas que tivemos frente à Zâmbia e África do Sul foram, na minha opinião, provocadas pelo nervosismo e ansiedade. Mas com o tempo fomo-nos adaptando à realidade que encontrámos em Gaberone, acelerámos nos treinos e tivemos mais calma nos momentos capitais, o que nos fez ganhar nas últimas duas partidas, mas já sem possibilidades de nos qualificarmos”, lamentou Selton Fuel.
NÃO TIVEMOS CALMA NECESSÁRIA NO INÍCIO -ARMINDO CHACHUAIO
“Estivemos bem na competição, pecámos por não termos conseguido triunfar no primeiro e no segundo jogos. Nestas partidas não tivemos a calma necessária para este tipo de competições. Não conseguimos jogar com o tempo, o que já não aconteceu contra Botswana e Zimbabwe. Nestes jogos já estávamos precavidos, havíamos aprendido com os erros que vínhamos cometendo na prova. Agora temos que levantar a cabeça e treinarmos ainda mais para estarmos melhor preparados para as competições que se avizinham”, Armindo Chachuaio.
TIVEMOS ALTOS E BAIXOS -AILTON MAVOTA
“Foram eliminatórias emocionantes, com muitos altos e baixos para a Selecção, o que nos fez falhar a qualificação. Infelizmente, tivemos alguns adversários com idades acima da média regularmente permitida, o que dificultou a nossa acção. Cumprimos com o nosso dever, embora a missão não tenha sido cumprida. Perante várias adversidades, fomos a tempo de mostrarmos o nosso valor. Aprendemos bastante nesta competição. Eu, particularmente, concluí que um jogo de basquetebol não se vence individualmente, só colectivamente. Vi, ao longo da competição, um e outro a optar pelo individualismo, o que não resultou”, atirou Ailton Mavota.