Africa Basquetebol

27 setembro 2011

AFROBÁSQUETE MALI 2011- Limite da nossa fasquia é o céu

NESTA nova constelação das estrelas africanas não existe tempo nem espaço para grandes invenções, pois as artistas conhecem-se mutuamente. A nossa selecção, com exibições à altura dos seus pergaminhos, faz as contas do primeiro lugar do grupo, mas, para tanto, urge vencer hoje o Mali, no maior e verdadeiro teste à sua capacidade de desempenho.Maputo, Terça-Feira, 27 de Setembro de 2011:: Notícias


Num Afrobásquete em que a imprevisibilidade é muito grande e a qualificação para os Jogos Olímpicos de Londres-2012 é o objectivo mais atraente, apesar de se estar ainda na primeira fase, ninguém quer ceder e muito menos revelar sinais de fraqueza. Por enquanto, vencer o grupo é a razão primordial, pois entre Senegal, Mali, Moçambique, Angola e Nigéria ninguém quer se cruzar com ninguém nos quartos-de-final, para que não “morra” cedo.
É a partir deste pressuposto que mais logo, no pavilhão do Estádio 26 de Março, a partir das 18.00 horas de Bamako (20.00 do Maputo), o desafio entre anfitriãs e moçambicanas vai “parar” a capital maliana, já que toda a gente está ávida em ver até que ponto os dois conjuntos estão à altura de se desenvencilhar perante obstáculos de maior peso. No seio da nossa equipa, após a folga gozada ontem, que, para além de mais uma sessão de treino que o técnico Carlos Alberto Niquice (Bitcho) aproveitou para insuflar nas jogadoras mais fundamentos técnico-tácticos de modo a fazerem frente às campeãs africanas, serviu também para o descanso das atletas, que vêm sendo sujeitas a uma incrível maratona de jogos desde os princípios de Setembro.
Olhando para as primeiras três jornadas, é lícito reconhecer que a caminhada da selecção tem sido fantástica, até porque, mesmo tendo em conta a discrepância de valor em relação à Costa do Marfim (69-65), RD Congo (76-55) e Tunísia (69-53), o técnico nacional entende que era imprescindível entrar-se a ganhar, exibindo-se ou não, a equipa, ao seu nível. Por isso, Bitcho reconhece que, diante das marfinensas, a partida não correu de todo bem e foram visíveis problemas relacionados com a altitude, o ambiente encontrado em Bamako, entre outras adversidades, daí que valeu mais pela vitória do que pela exibição.
No segundo desafio, contra as congolesas, o time melhorou substancialmente, esteve igual a si próprio e vencemos com grande categoria Já frente à Tunísia, de acordo com o treinador, Moçambique registou um excelente primeiro período e criou uma vantagem confortável, facto que, infelizmente, concorreu para que no segundo as jogadoras se desconcentrassem um pouco, permitindo desse modo às tunisinas acreditarem e até lograrem uma certa recuperação no marcador, embora, no essencial, tenha acabado por triunfar tranquilamente por 16 pontos.
“Globalmente, estamos satisfeitos com a prestação da equipa, apesar de muito calor e humidade que caracterizam Bamako por estas alturas do ano. Temos conseguido superar estes contratempos, mercê da nossa grande força de vontade, muita determinação e galhardia das atletas, fazendo respeitar o nome e o prestígio que o nosso país conquistou no basquetebol feminino, tanto a nível de selecções como de clubes”, explicou o “mister”.
Pontos fortes

Quarta classificada nos Jogos Africanos, após uma memorável carreira que somente foi ofuscada já nas meias-finais, urge questionar: afinal, até onde irá esta selecção? Carlos Alberto Niquice prefere não correr com o sal atrás da galinha, como sói dizer-se na gíria popular, mas sim fazer o campeonato jogo a jogo, até porque, depois de três encontros que nos correram de feição, está aí o colosso Mali, detentor do título e com a particularidade de actuar no seu ambiente e perante um fervoroso público que quando a equipa joga enche por completo o pavilhão do Estádio 26 de Março.
A despeito do enorme potencial das malianas, o seleccionador nacional diz que temos uma boa formação, tem lutado muito, está a dar sinais de muita vontade de ganhar e, por isso, perfeitamente capaz de ombrear com o seu adversário desta noite, pois o seu objectivo é, para já, terminar a primeira fase como vencedor do grupo.
Aliás, segundo o treinador, entre a selecção maliana que esteve na Olimpíada continental e a presente no Afrobásquete existe uma total diferença. “Esta é muito mais forte, melhor estruturada e que com o apoio dos espectadores certamente se galvanizará ainda mais. O nosso maior receio é precisamente com a reacção do público do que com o potencial das suas jogadoras. Mesmo assim, estamos preparados, confiamos naquilo que são os nossos pontos fortes, nomeadamente muita agressividade defensiva e rápida transição defesa/ataque.
É irrefutável que Moçambique já está nos quartos-de-final, restando saber se na qualidade de primeiro ou de segundo, o que somente será decidido esta noite, no confronto com o Mali. Ora, perspectivando já os quartos-de-final, Bitcho afirma que é sua finalidade, por enquanto, tentar evitar os colossos do outro grupo, designadamente Senegal, o que é improvável, já que terminará em primeiro, Angola e Nigéria.
“Estamos a equacionar todas as hipóteses, mas não se pode evitar o inevitável: caso não vençamos o Mali, encontraremos Angola ou Nigéria. Portanto, estamos conscientes desta realidade, mas também determinados na prossecução dos nossos objectivos, pois o limite é verdadeiramente o céu” acrescentou.

Programa de jogos
Estádio 26 de Março
16.00 – Guiné-Camarões
18.00 – Angola-Nigéria
20.00 – Mali-Moçambique
22.00 – Tunísia-RD Congo
Pavilhão Modibo Keita
16.00 – Costa do Marfim-Gana
18.00 – Senegal-Ruanda