Africa Basquetebol

26 janeiro 2011

ANGOLA, MADAGÁSCAR E TUNÍSIA SÃO AS ALTERNATIVAS: Afrobásquete já não será na Costa do Marfim


A CONVULSÃO política que se vive na Costa do Marfim desde Novembro passado e cujo desfecho não se afigura para breve, levou ao cancelamento da organização, por parte daquele país, do Afrobásquete-2011 de seniores masculinos, marcado para o mês de Agosto e no qual Moçambique tomará parte. Maputo, Quarta-Feira, 26 de Janeiro de 2011:: Notícias
Reunida semana transacta em Bamako, capital do Mali, a Federação Internacional de Basquetebol (FIBA-África) analisou, entre vários assuntos arrolados, a questão do Campeonato Africano de Seniores Masculinos, dada a instabilidade política em que se encontra mergulhada a Costa do Marfim, o país que em Agosto próximo devia acolher a prova. Uma vez não se vislumbrar para breve uma solução na disputa presidencial entre Laurent Gbagbo e Alassane Ouattara e muito menos a normalização da situação em Abidjan, o maior centro urbano marfinense, as autoridades basquetebolísticas do continente decidiram a retirada incondicional do evento e imediatamente se iniciar um processo para a busca de uma alternativa.

Segundo deliberação saída do “bureau” da FIBA-África, foram dados poderes ao secretário-geral do organismo para, até finais de Fevereiro, indicar o país organizador do Afrobásquete de seniores masculinos, após negociações com as três alternativas disponíveis, nomeadamente Angola, Madagáscar e Tunísia.

Para já, apesar da oferta destes três países em acolher o evento, colocam-se obstáculos que urgentemente importa remover. Por exclusão de partes, a Tunísia coloca-se numa situação menos privilegiada, em virtude de estar a viver um clima idêntico ao da Costa do Marfim, caracterizado por uma convulsão política e social que levou à renúncia do Presidente Ben Ali e à formação de um novo Governo, que, entretanto, também está a ser contestado pelos tunisinos.

PREFERÊNCIA POR ANGOLA

Sendo assim, perfilam como prováveis organizadores da competição Angola e Madagáscar. Só que, em relação aos angolanos, cuja candidatura foi aventada pelo respectivo secretário-geral da Federação, Tony Sofrimento, o Ministro da Juventude e Desportos, Gonçalves Muandumba, já veio a terreiro afirmar que o país não se encontra em condições de albergar um evento de tamanha envergadura.

“São enormes responsabilidades administrativas, não é assim tão fácil, não é só por termos infra-estruturas, experiência (...) são encargos financeiros que é preciso ver quem é que vai assumir”, disse Gonçalves Muandumba, segundo o qual o Orçamento Geral do Estado (OGE) para este ano já foi aprovado, sublinhando que deve ser precisado quem assumirá as despesas para se poder avaliar e tomar uma decisão.

Embora reste a Madagáscar como alternativa, tendo em conta o facto de em 2009 ter organizado com sucesso o Afrobásquete de seniores femininos, não resta a menor dúvida que a FIBA-África nutre preferência por Angola, dado o arcaboiço financeiro e infra-estrutural de que dispõe, para além da experiência de ter acolhido a prova em três ocasiões, designadamente em 1989, 1999 e 2007.

Recorde-se que, por mérito próprio, Moçambique conquistou o direito de disputar aquele Afrobásquete, depois de vencer a qualificação da Zona VI. Outros países apurados são: Angola, campeã em título, Costa do Marfim, então país organizador, Tunísia, Camarões, Senegal, Mali, Marrocos, Nigéria, Togo, República Centro-Africana, Chade, Egipto e três convidados, que sairão do grupo composto pelo Ruanda, RD Congo, Argélia, África do Sul e Cabo Verde.

Entretanto, em femininos, o Afrobásquete está garantindo para o Mali, no mês de Outubro, com Moçambique igualmente presente, juntamente com as anfitriãs, que são igualmente campeãs continentais, Senegal, Nigéria, Angola, Costa do Marfim, Tunísia, Guiné-Conacri, Gana, Camarões, Quénia e Madagáscar.