Africa Basquetebol

31 dezembro 2006

ANGOLA : O fim do “gigante Golias”

O divórcio entre Mário Palma (luso-guineense) e a direcção da Federação Angolana de Basquetebol, liderada por Gustavo Vaz Dias da Conceição, foi sem sombra de dúvidas um dos aspectos que marcou a temporada basquetebolista nacional, depois de um casamento de cinco anos aproximadamente.
De facto, depois de ter assumido o comando técnico da selecção nacional sénior masculina, na gestão do então pre-sidente de direcção da Federação Angolana de Basquetebol, António Pires Ferreira, nada fazia antever que o ano que ontem mesmo se despediu de nós, seria o fim do “gigante Golias”, entenda-se Mário Palma, que enquanto liderou os Octo Campeões Africanos da “bola ao cesto” só somou vitórias atrás de vitórias, principalmente a nível das competições africanas, tornando-se no técnico mais titulado no país, com quatro Campeonatos Africanos, para além de torneios internacionais.
Apesar do seu contrato ter expirado logo após a conquista do oitavo Afrobasket para o país, isto em 2005, no africano disputado na cidade de Argel, capital da Argélia, tudo indicava que Mário Palma seria reconduzido ao cargo de seleccionador nacional dos Octo Campeões Africanos de Basquetebol em 2006, e concomitantemente dirigiria o cinco nacional do Campeonato do Mundo do Japão. E por quê? Naturalmente, devido à sua folha de serviço, que convenhamos é bastante rica, cheia de experiência e de vitórias. E qualquer treinador gostaria de a ter.
Depois de aturadas conversações entre o luso-guineense, Mário Palma, e a direcção da Fe-deração Angolana de Basquetebol, que a partir de 2004 passou a ser li-derado por Gustavo Vaz Dias da Conceição, homem com tarimba reconhecida no desporto mundial, veio então a dissolução do “casamento religioso”, que existia entre o técnico e a FAB, esgotadas que haviam todas as possibilidades. Um casamento que se diga não tinha aparentemente motivos para se chegar ao divórcio, pelo menos tão cedo.
A decisão do “divórcio” aplaudida por uns e receada por outros, veio ainda a colocar em causa o futuro dos Octo Campeões Africanos, quando se indicou a figura de Alberto de Carvalho “Ginguba”, filho desta terra, que há largos anos havia deixado o básquete doméstico rumando para Lisboa.
Entretanto, apesar de ter assumido o cargo de treinador principal dos octo campeões meses depois de ter chegado ao país, Alberto de Carvalho “Ginguba” soube dar seguimento ao trabalho deixado pelo luso-gueneense, Mário Palma.
No meio de tudo ainda se pode questionar se Mário Palma deixou ou não saudades?



Petrolíferos quebram
jejum de seis anos

Depois de seis anos de jejum, finalmente o Atlético Petróleos de Luanda conseguiu no ano que ontem se despediu, des-tronar o seu arqui-rival 1º de Agosto, campeão nacional seis vezes consecutivas.
A reconquista do título nacional por banda do Atlético Petróleos de Luanda foi mais do que merecida porquanto, foi a formação que melhores argumentos técnicos e tácticos apresentou durante a época finda, apesar do seu plantel ser constituído maioritariamente por jovens talentosos.
Alberto de Carvalho “Ginguba”, técnico angolano contratado para devolver a mística do clube do Eixo-Viário, conseguiu na segunda época materializar o sonho dos adeptos e simpatizantes do Atlético Petróleos de Luanda, reconquistando o título nacional assim como conquistou pela primeira vez na história do clube, a Taça dos Clubes Campeões Africanos de Basquetebol em Seniores Masculinos.
Tivemos igualmente uma agradável surpresa na temporada finda, com o Grupo Desportivo da Banca de Cabinda, de José Carlos Guimarães, ao quedar-se na quinta posição, suplantando a concorrência na primeira fase da competição.
Nove formações parti-ciparam na XXVIII edição do “Nacional” nomeadamente, Atlético Petróleos de Luanda, campeão em titulo, 1º de Agosto, Atlético Sport Aviação (ASA), Grupo Desportivo Interclube, Grupo Desportivo da Nocal, Grupo Desportivo da Banca de Cabinda, Sporting de Luanda, Futebol Clube Vila Clotilde e Cduan.
Entretanto, a direcção da Federação Angolana de Basquetebol (FAB) transformou a temporada 2006, num marco histórico da competição interna ao introduzir um novo modelo de disputa, designado por “Final Four”, em substituição do tradicional “Pay-off”.
O novo modelo de disputa do Campeonato Nacional, isto apenas a nível dos seniores masculinos, permitiu que as equipas consideradas do segundo escalão realizassem quase todos o mesmo número de jogos que as equipas fina-listas, aumentando deste modo o seu nível competitivo, diminuindo com isso, o fosso que existia.
O modelo de “Play-off” que durante vários anos vigorou era restrito, favorecendo as equipas mais fortes, que tinham sempre mais jogos nas pernas, e este factor agudizava o ní-vel competitivo dos contendores.
Com esta iniciativa, a direcção da FAB, comandada por Gustavo Vaz Dias da Conceição, ex-praticante da modalidade, deu um importante passo no sentido do equilíbrio competitivo.
Em termos de realizações não foi tudo. A FAB num projecto ambicioso e promissor, cujos frutos poderão ser vistos a médio prazo, colocou quatro treinadores a estudarem a modalidade nas terras do Tio Sam, Estados Unidos da América, para depois servirem o basquetebol doméstico. Tratam-se de Aníbal Moreira, Carlos Dinis, José Pontes e Elvino Dias.
A nível de formação, foram ministrados cursos para treinadores de nível II e de árbitros. A FAB introduziu ainda no Campeonato Nacional três árbitros.
No sector feminino as coisas vão de mal a pior. A competição nacional está restringida apenas na capital do país Luanda, com quatro equipas (1º de Agosto, Grupo Desportivo Interclube, Grupo Desportivo da Nocal e Grupo Desportivo O Maculusso.
A formação do 1º de Agosto tem dominado todas as provas e, no ano que ontem se foi embora não foi diferente, ou seja, “engoliu” todas as competições.

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