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20 novembro 2006

MOÇAMBIQUE : Nacional - Ferroviário, 67-Maxaquene, 60 : Viva o instinto matador!

JÁ tínhamos presenciado anteriormente situações semelhantes, em que o Ferroviário privilegiou, e com indiscutível êxito, o instinto matador. Isto é, pressionar, pressionar, marcar, marcar, sem oferecer margem para o adversário ter tempo para parar, pensar e se recompor. É verdade que, no caso vertente, dado o enorme equilíbrio de forças, esta táctica pode não ter sido substancialmente visível, no entanto, ela foi fundamental no momento da decisão.
Maputo, Segunda-Feira, 20 de Novembro de 2006:: Notícias

O Maxaquene, à semelhança do que fizera diante dos "locomotivas" anfitriões, voltou a ser de uma confrangedora inépcia no terceiro período da contenda, no qual permitiu, ou foi obrigado pelo adversário, a ceder espaço para este partir à vontade rumo ao triunfo. Foi neste período que os “locomotivas” saíram a ganhar pela maior diferença (51-41), depois de uma partida em que a alternância no marcador tinha sido uma constante. Na hora da decisão, a equipa de Bitcho trouxe à tona outros valores, nomeadamente uma grande capacidade de aproveitamento dos erros - que foram aos magotes - do Maxaquene, como por exemplo percas de bola infantilmente, tanto a atacar como a defender, sobretudo por Amarildo Matos, e o momento de menor agressividade de Pitcho, a melhor unidade em campo, devido à acumulação de quatro faltas, descontrolo no controlo das operações por parte de Nandinho e ausência total e completa da voz de comando de Khaimane, fora das quatro linhas devido a uma lesão. É verdade que os "tricolores", inclusive, lograram diminuir a diferença para seis pontos, mas a determinação dos "locomotivas" foi extremamente importante. Fifi, Custódio e Magoliço foram verdadeiros matadores, enquanto Gerson, com o seu básquete doce e suave, ia fazendo a diferença como "play-maker" e igualmente a tirar partido dos lançamentos da linha dos 6.25 metros, a partir da qual foi irrepreensível, à semelhança de Bruno Dias e Fifi, enquanto o Maxaquene, nesse aspecto, foi irreconhecível. O Ferroviário, a 56.43 segundos, teve 13 pontos de vantagem (56-43), numa altura menos esclarecida dos jogadores contrários, mas também já se notava alguma ausência de lucidez nos seus membros, recorrendo a faltas para se desenvencilhar de lances complicados. Gerson e Custódio foram desqualificados - nos "tricolores", saíram Sete e Luís Cossa - só que a vigorosidade praticamente manteve-se e até momento para ir gerindo o tempo e o resultado. À hora da buzina, foi o êxtase. O delírio total. A festa vestiu-se de verde-e-branco. Abraços, muitos abraços. Música e dança a colorir o ambiente festivo que tinha transformado o Pavilhão dos Desportos no local da reconsagração dos "locomotivas". Eureka! O trio de arbitragem esteve à altura de uma grande final, dissipando quaisquer equívocos quanto à sua capacidade de imparcialidade, em 40 minutos em que muitos interesses estavam em jogo. Domingos Lino, Artur Bandeira e Lucílio Anselmo, os dois primeiros internacionais, foram exemplares e valorizaram o espectáculo.

FICHA TÉCNICA

Árbitros: Domingos Lino, Artur Bandeira e Lucílio Anselmo.
FERROVIÁRIO (67) - Ricardo Alípio (2), Victor Tamele (0), Tomás Fumo (0), Sílvio Neves (0), Beto Macuácua (3), Octávio Magoliço (13), Beto Matsolo (20), Custódio Muchate (15), Bruno Dias (6), Eduardo Hogba (2), Fifi Machanguana (13) e Gerson Novela (11). Treinador: Carlos Alberto Niquice (Bitcho).
MAXAQUENE (60) - Fernando Mandlate (15), Bento Timane (7), Cesário Chipepo (20), Samuel Massingue (0), Silvano Castanheira (0), Heitor Camba (0), Khaimane de Deus (0), Amarildo Matos (8), Ebenizário Hamela (0), Sete Muianga (1), Luís Cossa (5) e Helmano Nhatitima (4). Treinador: Horácio Martins.
Marcha do marcador: 10-9, 32-31, 51-41, 67-60